Quinta à noite. Conversando com alguém improvável, um ano depois. De repente, tomei consciência que dali saíam conclusões para dúvidas que me afligiam durante um bom tempo da minha vida. Hoje, são apenas lições pelas quais tive que passar. Inclusive, com aquele com quem conversava.
Primeira lição: precisamos nos valorizar. É aquele papo de garotinha pré-adolescente que está crescendo e quer se afirmar diante das amigas e do carinha que está afim. É um papo sério e que faz com que a gente realmente se torne alguém no mundo e não seja apenas uma sombra dos outros, quem quer que seja. E acima de tudo, somos os primeiros a ter que acreditar. Se não, quem irá? É aquela história dos vetores: um vetor pra cada lado, somados, podem dar um resultado muito diferente do que você planejou de início, colocando-os no mesmo sentido. Mas se você coloca na mesma direção...
Segunda lição: sou nova demais mesmo pra ter decidido o que farei da minha vida pelo resto dela. Mas quem disse que é jornalismo que eu farei, por exemplo? Mesmo agora sei que daqui a dez anos posso estar em outro ramo, totalmente diferente do que eu faço agora. Não preciso ter certeza da profissão que terei. Sei que acertei na comunicação, mas se não tivesse acertado? Era só começar tudo de novo. Já passei por diversas crises de profissão, e hoje percebi que nada que aprendo é pra ser desperdiçado, mesmo que não tenha nada a ver comigo. Conhecimento nunca é demais, e quanto mais eu puder abraçar, melhor.
Terceira lição: por que pensar tanto no futuro se é o presente que grita por decisões? Às vezes, a gente fica pensando tanto no que faremos daqui a vinte anos e simplesmente nos esquecemos de pensar o que é necessário agora pra conseguir chegar vivo aos próximos dez anos. Claro que é angustiante não saber o que será do seu futuro, mas pensar apenas nele não adianta de muita coisa. E muitas vezes só basta viver o presente que o futuro se desenha sozinho. Pelo menos, cada vez mais vejo isso dando relativamente certo pra mim.
Quarta lição: será que a gente é novo demais pra ter que viver tudo isso que eu citei acima? Novo demais? Peraí... Já vivi 22 anos. Ok, não pretendo que isso seja a metade do que ainda tenho pra viver, mas e se for? E se for mais da metade do tempo que viverei? O que o futuro reserva pra gente tá guardado só pra ele, então nada de ficar achando que temos responsabilidades de menos, ou obrigações demais. Tudo que acontece pra gente é pra tentar nos fazer um pouco melhores a cada dia. Até aquela desgraça que acaba com a gente e nos faz sentir o pior ser humano do planeta. Ela, aliás, é a que nos enobrece de uma maneira incrível. Adultecer é legal, e eu nunca achei que fosse dizer isso. Tenho me tornado alguém que eu acho que realmente anda valendo a pena! Mas claro, sempre com algo a melhorar.
Quinta lição: ter medo é normal. E ter desespero diante de tudo isso é mais normal ainda. Mas apatia não dá. Nem simplesmente ficar esperando que isso acabará um dia. Vai lá, se mexa que as coisas acontecem pra você. E não é querer que alguém te dê as respostas prontas. Se a vida fosse fácil assim, se alguém te desse o trajeto do labirinto antes de você entrar, qual a graça de percorrê-lo? Dá pra achar legal um jogo que você já tem todos os segredos e consegue ganhar antes de todo mundo trapaceando? Pode soar masoquista o quanto for, mas sei que todos os perrengues pelos quais passei me fazem merecer muito mais o que tenho e o que não tenho. Valorizo demais todos as minhas conquistas, porque nenhuma delas foi fácil. E esse é o segredo da vida.
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2 comentários:
De repente me vi em um blog onde 3 das 4 pessoas que escreviam eram meus amigos,pessoas q realmente gosto.
Adorei suas publicações no palpitando e resolvi passar no seu blog pessoal...
De verdade? pergunta pra amanda! eu sou bem zero quando o assunto é web 2.0, mas sei la pq vim parar aqui.
Lições importantíssimas! Obrigada! keep writing!
beijocas marô, comentando pela primeira vez em um blog de uma amiga.
querida irmã,
tua última lição me lembrou q aprendi numa daquelas festas (imbecis) da faculdade a jogar pôker. Metaforicamente, ando fazendo um strip-pôker de alma enquanto envelheço em São Carlos.
afff
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